Espaço Herculano Pires

Fonte

Salão da exposição

As faces da República

Chega-se, neste agrupamento, ao período republicano. Nas moedas, sai a figura do imperador e entra a alegoria do novo regime. Nelas também aparecem representações de animais, da produção agrícola, de trabalhadores (como seringueiro e rendeira), da indústria e de modalidades esportivas, símbolos a serviço da construção identitária nacional. O módulo conta ainda com questões ligadas a guerras e à arte do gravador Girardet.

Coin 1 Coin 2

Balastraca de prata, no valor de 100 réis

Coin 3 Coin 4

Medalha Combate Naval do Riachuelo de 1865

Coin 5 Coin 6

Medalha Exercito em Operações Contra o Governo do Paraguay de 1869

Coin 7 Coin 8

Medalha de ouro Cruz de Combate de 1ª Classe de 1944

Coin 9 Coin 10

Medalha da Revolução pela Constituição de 1932

As guerras do Brasil

O maior conflito armado internacional ocorrido na América Latina, a Guerra do Paraguai durou de dezembro de 1864 a março de 1870 e se relaciona com o processo de formação das nações da Bacia Platina. No confronto em questão, morreram em torno de 50 mil brasileiros – a maioria pessoas escravizadas.

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Os marinheiros colocaram-se contra Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto e a favor da maior participação no governo e, assim, deu-se a Revolta da Armada entre 1891 e 1894. Interessante destacar que os Estados Unidos participaram dos dois momentos dessa disputa, nos terrenos diplomático e de ação propriamente dita (apoiaram Floriano Peixoto e enviaram uma frota).

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A Revolução Constitucionalista de 1932 aconteceu nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul e tinha por objetivo derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e convocar uma Assembleia Nacional Constituinte. Apesar da derrota no campo de batalha, o movimento atingiu seus propósitos: em 1933, realizaram-se eleições e, no ano seguinte, uma nova Constituição foi promulgada.

Coin 1 Coin 2

Moeda de prata de 1989, no valor de 200 cruzados novos

Coin 3 Coin 4

Moeda de ouro de 1972, no valor de 300 cruzeiros

Coin 5 Coin 6

Moeda de aço inoxidável de 1993, no valor de 100 cruzeiros reais

Coin 7 Coin 8

Prova de aço-alpaca de 1998, no valor de 01 real

As moedas da República

Após a proclamação da República, manteve-se o padrão réis. Nas moedas de ouro e prata, saiu a imagem do imperador e, no lugar, entrou a alegoria republicana. Na década de 1930, o dinheiro com celebrações a figuras públicas passou a ser mais comum, a exemplo de homenagens a Padre Anchieta, Duque de Caxias, Visconde de Mauá, Oswaldo Cruz, entre outros. Anos mais tarde, devido a problemas econômicos, os brasileiros conviveram com novos padrões monetários – cruzeiro, cruzado, cruzado novo, unidade real de valor (URV) e real, a espécie vigente. Em épocas mais recentes, as moedas contaram com uma variedade de imagens, de personagens ilustres à diversidade da fauna do país.

Coin 1 Coin 2

Medalha Oficial da Casa da Moeda do Brasil para o Centenário da Independência de 1922

Coin 3 Coin 4

Medalha Criação do 1º Cardinalato Sulamericano de 1906

Coin 5 Coin 6

Medalha Prêmio Dr. Paulo de Frontin de 1905

A arte de Girardet

Nascido em Roma (Itália), Augusto Giorgio Girardet (1855-1955) naturalizou-se brasileiro em 1892 e virou um gravador importante para as representações da pátria. Também professor, ele prestou serviço à Casa da Moeda do Brasil, tendo feito a série presidencial, composta por 14 medalhas, marco da mostra no Museu Nacional de Belas Artes em 1946. No IV Centenário do Descobrimento do Brasil, Girardet ilustrou medalhas oficiais e, em 1908, repetiu o feito na Exposição Nacional do Rio de Janeiro (em comemoração à abertura dos portos do país ao comércio internacional).

Coin 1 Coin 2

Moeda de aço inoxidável de 1993, no valor de 50 cruzeiros reais

Coin 3 Coin 4

Cédula de 2010, no valor de 10 reais

Os animais nas moedas

Foi no período republicano que o dinheiro do Brasil passou a retratar animais. Em 1975, a série monetária Alimentos para o mundo traz o boi zebu em uma das peças. No fim da década seguinte, em 1989, o sistema do cruzado novo contou com as figuras de bois nas moedas de um centavo e peixes nas de cinco centavos.

Já na Eco 92, realizou-se duas coleções, com enfoque na fauna brasileira. A série Fauna aquática destacou o peixe-boi, a tartaruga e o peixe acará bandeira nas moedas de 100, 500 e 1000 Cr$, respectivamente. Em Fauna brasileira – Animais em risco de extinção, os bichos enfatizados foram a arara, o tamanduá-bandeira, a onça pintada e o lobo-guará – retratados, nessa ordem, nas moedas de cinco, 10, 50 e 100 CR$.

Atualmente, no padrão real, tem-se a tartaruga-marinha, a garça, a arara, o mico-leão-dourado, o beija-flor, o peixe pacu e a onça pintada. E, em 2020, com o lançamento da nota de 200 reais, soma-se à lista de representações o lobo-guará.

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Medalha Exposição Brasileira-Alemã de 1881

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Medalha Exposição Internacional - Industria Pastoril de 1922

A produção agrícola

Em 1968, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) iniciou um projeto para a feitura de moedas com o tema da produção de alimentos. Nesse programa, o Brasil emitiu peças em três ocasiões: nos anos de 1975, 1985 e 1995. A primeira leva era composta por moedas de um, dois e cinco centavos. A de um trouxe, no reverso, a cana-de-açúcar; a de dois, a soja; a de cinco, a cabeça de um boi. Além disso, todas apresentavam a inscrição “alimentos para o mundo”.

A segunda emissão, nos valores de um e cinco cruzeiros, repetiu a representação da cana-de-açúcar e acrescentou o café nos reversos. Esses produtos foram os escolhidos pois representavam áreas produtoras em franca ascensão no país àquela altura.

No terceiro lote, havia estampadas, no anverso da moeda de 10 centavos, duas mãos formando uma concha com um punhado de terra, de onde brotava uma planta. Na de 25 centavos, figurava um lavrador.

Coin 1 Coin 2

Moeda de aço inoxidável de 1989, no valor de 05 centavos

Coin 3 Coin 4

Moeda de aço inoxidável de 1989, no valor de 01 centavo

Os trabalhadores brasileiros

As figuras de trabalhadores estampadas no dinheiro surgiram a partir de uma proposta de representação do povo, ressaltando ofícios que marcaram o país – do seringueiro à rendeira. Dessa forma, buscava-se não só resgatar particulares regionais, como também salientar símbolos culturais importantes na construção indenitária nacional. A época de redemocratização do país, após a ditadura militar, marca as principais emissões com esse caráter.

Coin 1 Coin 2

Moeda de aço inoxidável de 1975, no valor de 20 centavos

Coin 1

Selo de 1923, no valor de 50 réis

A indústria nacional

No século XX, teve início o processo de industrialização no Brasil. A partir da década de 1930, adquiriu-se maquinários e houve a melhora nos setores de transporte e energia (fator que fez com que o país se tornasse competitivo na perspectiva de empresas mundiais). Investimentos públicos e privados construíram esse percurso, o qual resulta, hoje, em uma intensa abertura econômica.

No momento atual, a nação enfrenta desafios como a minimização da dependência de outros mercados e a implementação de projetos que viabilizem a ciência e a tecnologia nacionais.

Coin 1 Coin 2

Moeda de ouro de 1995, no valor de 20 reais

Coin 3 Coin 4

Moeda de ouro de 2002, no valor de 20 reais

Coin 5 Coin 6

Placa Despedida do Futebol - Pelé - de 1974

Coin 7 Coin 8

Moeda de aço-br de 2012, no valor de 1 real

Os esportes

Cerne da cultura brasileira, os esportes dialogam com dimensões variadas que estruturam tanto a sociedade quanto pessoas individualmente. Atletas como Gustavo Kuerten, Ayrton Senna e Pelé não só popularizam modalidades: nomes assim reconfiguram imaginários.

Entre todas as práticas, destaca-se, é certo, o futebol, patrimônio nacional cuja história está imbricada nas transformações humanas. Um exemplo: clubes como o Vasco da Gama, o Bangu, o Ponte Preta, o Corinthians e o Santos foram percursores, no século passado, na defesa de jogadores negros e operários.