Espaço Herculano Pires

Fonte

Salão da exposição

Quem falta no dinheiro?

Esta seção destaca grupos ignorados na história da numismática brasileira. Busca-se fomentar o debate sobre a escassez dessas figuras, bem como a distorção nas suas poucas representações em moedas e cédulas. O público é convidado a pensar a respeito dos processos de invisibilização e violências que perpassam visões do passado.

Coin 1 Coin 2

Medalha Coroação de D. Pedro II de 1841

Coin 3 Coin 4

Moeda de bronze-al de 1832, no valor de 100 réis

A noção de valor entre os povos originários

Antes da invenção da moeda, as pessoas trocavam os mais variados objetos para suprir suas necessidades diárias. Esses itens tinham um valor que ia além da sua aplicação “econômica”, pois estavam ligados à cultura do grupo e ao seu cotidiano.

Os grupos indígenas brasileiros não separavam a economia das outras esferas da vida. Por isso, imaginar que eles ficaram encantados com o brilho dos objetos trazidos pelos portugueses é uma concepção muito ingênua e que precisa ser melhor compreendida.

Coin 1 Coin 2

Medalha da Lei do Ventre Livre de 1871

Coin 3 Coin 4

Medalha da Lei Áurea de 1888

A negritude e sua invisibilidade histórica

A ideia de civilização em representações figurativas de moedas e cédulas ao longo da história reforça elementos da dominação colonial, mostrando brancos como civilizados, indígenas como aculturados e os negros, inexistentes.

Este apagamento estigmatizou de forma violenta os sujeitos escravizados. A partir da década de 1980, movimentos sociais começaram a recuperar personagens invisibilizados e um olhar decolonial fez emergir sujeitos agentes até então apagados do cenário histórico.

Coin 1 Coin 2

Moeda de prata de 1891, no valor de 2000 réis

Coin 3 Coin 4

Moeda de ouro de 1895, no valor de 10000 réis

Coin 5 Coin 6

Medalha Fundação da República no Brasil de 1889

A representação das mulheres

A representação da mulher nas moedas do Brasil se deu quase somente com a figura da República, ou com a escolha de personagens estigmatizadas, como a representação de Dona Maria I ou da Princesa Isabel.

Essa invisibilidade, no entanto, não reflete a luta por igualdade de gênero das brasileiras ao longo da história. A conquista do sufrágio universal, a marcha na Greve Geral de 1917, ações posteriores relacionadas ao direito ao divórcio, aos direitos trabalhistas, e ao feminismo negro, são alguns exemplos.