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Por onde circulam
Nas Minas Gerais do “século de ouro” a colônias portuguesas na África, vários são os lugares por onde circulam moedas brasileiras no contexto colonial. Esta seção preocupa-se com essa dinâmica e, ao mesmo tempo, dá destaque às patacas, moedas de prata e de origem portuguesa, cuja designação se relaciona ao dito popular “meia pataca”.
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Moeda de ouro de 1724, no valor de 20000 réis
Barra de ouro nº 1876 de 1815
Das minas aos dobrões
O século XVIII é conhecido como "século do ouro" no Brasil, com Minas Gerais no centro de uma economia alicerçada em lavouras de subsistência, pecuária e incipientes manufaturas. Multiplicaram-se núcleos produtivos e surgiu um mercado interno.
Nesse período, no reinado de D. João V, de 1706 a 1750, houve o revigoramento das casas de fundição, a reativação de casas da moeda, a adoção de novos padrões monetários (os escudos e os dobrões) e o início da cunhagem das moedas de cobre.
Moeda de prata de 1622, no valor de 640 réis
Moeda de prata de 1695, no valor de 640 réis
Moeda de prata de 1824, no valor de 640 réis
As patacas e sua longa duração
Moedas de prata e de origem portuguesa, as patacas circularam no Brasil de 1685 a 1834. Essa série era composta por moedas de prata nos valores de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. A de 320 réis foi a que deu nome ao conjunto. A de 960 (ou três patacas), por sua vez, chamou-se de patacão. Já a de 160 réis está na origem da expressão popular de meia-pataca, que designa alguma coisa de pouco valor ou de má qualidade.
Moeda de cobre de 1814, no valor de 1/4 macuta
Moeda de cobre de 1814, no valor de 1 macuta
As moedas brasileiras na África
As interações entre a metrópole portuguesa e suas colônias podem ser observadas nas moedas, escolhas iconográficas e no local de produção e recepção do dinheiro. No começo do século XIX, por exemplo, a Casa da Moeda da Bahia e a do Rio de Janeiro criaram moedas de cobre destinadas aos domínios de Portugal tanto em São Tomé e Príncipe quanto em Moçambique, além das macutas, designadas a Angola.
Percebe-se a simultaneidade de ações locais e globais, característica que transformou a dinâmica monetária entre as colônias e ampliou redes e conexões entre o Brasil e os países africanos.