Expositor
Em diálogo com a arte
Na seção em foco, procura-se mostrar como a numismática brasileira acompanha momentos artísticos diversos – barroco, rococó, inspirações neoclássicas e temas mitológicos, por exemplo. Importante frisar que tanto os materiais utilizados quanto os atributos e as representações escolhidos revelam os projetos estéticos a que gravadores e artistas estão alinhados.
Expositor
Moeda de ouro de 1759, no valor de 6400 réis
Medalha Fundação da Igreja do Santíssimo Coração de Jesus de 1779
Medalha Dedicada ao Marquês de Pombal de 1772
O barroco e o rococó nas moedas brasileiras
O barroco teve seu esplendor artístico no Brasil até meados do século XVIII. Este auge se deu com obras de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Com a queda das exportações do açúcar nordestino, tem início o chamado "ciclo do ouro", que transforma Minas Gerais e suas jazidas em área de extremo interesse. No mesmo período, a capital Salvador é transferida para o Rio de Janeiro. O rococó e o barroco se misturaram, com forte influência religiosa nas obras produzidas no país.
Na numismática, é possível observar a presença de ambos os movimentos, tanto na materialidade marcada pelo uso do ouro quanto nos atributos e escolhas de representações. Em 1727, foram cunhadas as primeiras moedas brasileiras com a figura do rei e a Coroa portuguesa. Com isso, a expressão “cara e coroa” se popularizou.
Medalha Ao Genio e a Applicação - Academia das Bellas Artes de 1842
Condecoração da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa do séc. XIX
Medalha D. João VI Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves de 1820
Medalha Fundação do Instituto Histórico e Geografico Brasileiro de 1838
Missão artística francesa
As guerras napoleônicas do início do século XIX fizeram com que a corte real portuguesa se mudasse para o Brasil, em 1808.
Foi construído o Teatro São João, em 1812, além de terem sido organizados a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e o Museu Nacional, todos no Rio de Janeiro.
D. João VI também convidou artistas franceses a conhecerem o Brasil. Entre eles, Zephérin Ferrez, medalhista, escultor e gravador; o pintor de paisagem Auguste Marie Taunay; o desenhista Jean-Baptiste Debret e o arquiteto Grandjean de Montigny.
Medalha Escola Nacional de Belas Artes - Premio Anual de 1900
Medalha Escola Nacional de Belas Artes de 1890
Medalha Barão Rio Branco de 1910
Selo de 1936, no valor de 600 réis
Temas mitológicos, uma influência neoclássica
Os temas greco-romanos nas moedas, medalhas e filatelia brasileira nos levam a conhecer melhor as representações mitológicas como um instrumento de poder e de identidade. Na segunda metade do século XVIII, a influência neoclássica chegou ao Brasil, quando Marquês de Pombal trouxe ao país célebres arquitetos.
A vinda da Missão Francesa para o Brasil em 1816 influenciou o cenário artístico local. Nomes como Nicolas-Antoine Taynay, Jean-Baptiste Debret e Grandjean de Montigny trouxeram toda a carga neoclássica e a exaltação identitária nacional.